A radiola do goleiro Toinho
LENIVALDO ARAGÃO
moraesaragao@yahoo.com.br
Afastado do título de campeão pernambucano desde 1962, quando havia feito a festa com um time comandado pelo temperamental Palmeira (José Mariano Carneiro Pessoa) e que tinha no jogo decisivo – vitória por 2 x 1 sobre o Santa Cruz – Dirceu; Nelson e Alemão; Leduar, Tomires e Nenzinho; Lanzoninho, Djalma, Renato, Bentancor e Elcy, o Sport andava carente, só assistindo ao carnaval de Náutico (hexacampeão, de 1963 a 68 e 1974) e Santa (penta, de 1969 a 73). Até que em 1975, o presidente Jarbas Guimarães formou a chamada Seleção do Nordeste.
A prima-dona era Dario, o Peito de Aço, um falastrão que dispensa apresentação, prometendo gols de todo jeito e com isso motivando o torcedor. Ao redor dele giravam Luciano, contratado ao Santa Cruz, onde era ídolo, os goleiros Tobias e Toinho, o zagueiro Assis, o ponta-direita Jangada, o meia Miltão, o ponta-esquerda Peri e seu concorrente, o português Peres. E por aí vai. O jornalista, publicitário e relações-públicas do Sport, o caruaruense Celso Rodrigues, de saudosa memória, tratou logo de motivar a torcida, criando o slogan “Sport 75, vinte vezes campeão”.
O clube alugou uma grande casa em Boa Viagem, que tanto servia de concentração para o time, como de residência para quem era de fora. Mesmo sendo casado, desde que não tivesse trazido a família. O técnico do time, o famoso Duque morava lá.
O goleiro Toinho, que depois jogaria no São Paulo, procedia do Piauí, seu Estado natal e comprou logo um som poderoso, tipo três em um. Ouvir música passou a ser seu passatempo. Só que nem sempre seu aparelho funcionava em momentos adequados, o que começou a irritar os outros jogadores. Estes, o mais das vezes eram despertados antes das sete horas pelos acordes estridentes emanados da radiola de Toinho. E tome palavrão. O proprietário do som desculpava-se e desligava o aparelho. Não adiantava Toinho dizer que não tinha nada com aquilo.Eram então as almas do outro mundo? Brincadeira de mau gosto do goleiro, diziam. Irritado, Toinho chegou a dar um chute numa das caixas. Depois desse desabafo, os jogadores passaram a dormir mais um pouco, uma vez que o som emudeceu.
Tempos depois, aplacada a ira, o técnico Duque apresentou-se como culpado e pediu desculpas a Toinho. Era ele que ligava o som e fica rindo a distância, com toda aquela confusão.
LENIVALDO ARAGÃO
moraesaragao@yahoo.com.br
Afastado do título de campeão pernambucano desde 1962, quando havia feito a festa com um time comandado pelo temperamental Palmeira (José Mariano Carneiro Pessoa) e que tinha no jogo decisivo – vitória por 2 x 1 sobre o Santa Cruz – Dirceu; Nelson e Alemão; Leduar, Tomires e Nenzinho; Lanzoninho, Djalma, Renato, Bentancor e Elcy, o Sport andava carente, só assistindo ao carnaval de Náutico (hexacampeão, de 1963 a 68 e 1974) e Santa (penta, de 1969 a 73). Até que em 1975, o presidente Jarbas Guimarães formou a chamada Seleção do Nordeste.
A prima-dona era Dario, o Peito de Aço, um falastrão que dispensa apresentação, prometendo gols de todo jeito e com isso motivando o torcedor. Ao redor dele giravam Luciano, contratado ao Santa Cruz, onde era ídolo, os goleiros Tobias e Toinho, o zagueiro Assis, o ponta-direita Jangada, o meia Miltão, o ponta-esquerda Peri e seu concorrente, o português Peres. E por aí vai. O jornalista, publicitário e relações-públicas do Sport, o caruaruense Celso Rodrigues, de saudosa memória, tratou logo de motivar a torcida, criando o slogan “Sport 75, vinte vezes campeão”.
O clube alugou uma grande casa em Boa Viagem, que tanto servia de concentração para o time, como de residência para quem era de fora. Mesmo sendo casado, desde que não tivesse trazido a família. O técnico do time, o famoso Duque morava lá.
O goleiro Toinho, que depois jogaria no São Paulo, procedia do Piauí, seu Estado natal e comprou logo um som poderoso, tipo três em um. Ouvir música passou a ser seu passatempo. Só que nem sempre seu aparelho funcionava em momentos adequados, o que começou a irritar os outros jogadores. Estes, o mais das vezes eram despertados antes das sete horas pelos acordes estridentes emanados da radiola de Toinho. E tome palavrão. O proprietário do som desculpava-se e desligava o aparelho. Não adiantava Toinho dizer que não tinha nada com aquilo.Eram então as almas do outro mundo? Brincadeira de mau gosto do goleiro, diziam. Irritado, Toinho chegou a dar um chute numa das caixas. Depois desse desabafo, os jogadores passaram a dormir mais um pouco, uma vez que o som emudeceu.
Tempos depois, aplacada a ira, o técnico Duque apresentou-se como culpado e pediu desculpas a Toinho. Era ele que ligava o som e fica rindo a distância, com toda aquela confusão.
(Na foto, o time do Sport de 1975/76:
Em pé (E/D): Lula, Toinho, Marcos, Tovar, Djalma e Cláudio Mineiro; Agachados: Jangada, Luciano, Dario, Assis Paraíba e Peri)
3 comentários:
Valdir é muito importante, fazer o que você está fazendo, abrir o espaço pra que outros contem também seus causos. O LENIVALDO ARAGÃO, deve pela sua experiência, ter belos causos.
Adalberto Day/cientista Social em Blumenau
Adalberto,
A idéia é esta. Toda segunda feira postar um causo, um texto legal sobre o futebol. Escrito por alguma fera no assunto.
Valdir,
Acho que o Toinho era do Tiradentes de Teresina/PI.
O Luciano, que brilhou no Corinthians tbm, não sei se vc se recorda, raramente comemorava um gol.
O Assis, creio, foi o que fez dupla com o Galhardo no Fluminense. O Time do Fluminense de 1971, que "botou areia" no título do Botafogo era:
Felix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio
Denilson e Didi
Cafuringa, Flávio (Minuano), Samarone e Lula.
Flávio Minuano, depois vendido ao Sporting de Portugal, diz ele, marcou mais de 1.000 gols.
Abração.
Antº Estevam
Obrigado Antonio.
Voce sempre tem algo para acrescentar. O que é muito bom.
Postar um comentário