Por Valdir Appel
Conheci o sabor da cerveja ainda nos cueiros, ouvindo os cânticos alemães de ninar entoados pelo meu avô, o cervejeiro Gustavo.
“Ein Prosit, ein Prosit, der gemütlichkeit”.
(Um brinde, um brinde ao bem estar)
Minha mãe embebia a chupeta no suco de cevada.
Meu pai embalava o berço sussurrando:
“Trinken sie, trinken sie”.
(Beba, beba.)
Ach! Ein schluck macht keinen schaden. Ach! Ein schluck macht keinen schaden.
(Ah! Um golinho não faz mal. Ah! Um golinho não faz mal).
Cantarolavam todos.
Meu avô profético apregoava:
“Meu neto provará de muitas drogas antes de conhecer o malte dos maltes”.
E tudo era bom
Era.
Ainda menino, experimentei o sagu de vinho da vó Joanna.
Daí pro xarope de groselha foi um pulo.
Para o capilé de uva a transição foi ainda mais rápida.
Em busca de novas experiências entrei de cabeça no Grapette.
Outro subproduto de uva que prometia:
‘Quem bebe Grapette repete’.
Consumi a Coca.
A primeira vez foi num copo de Rum Montilla.
No embalo da jovem guarda.
Ao lado de uma vitrola Telefunken nas noites de sábado.
Aí lançaram a Fanta Uva.
Mudei para o Guaraná Fratelli Vita.
Tentei sabores diferentes:
Gasosa limão e por último o Sukita.
Porque:
‘Quem agita bebe Sukita’.
Fiz tratamento de choque.
Consumi vinho tinto de garrafão Chapinha e Sinuelo.
Conheci a insônia e a ressaca.
Cheirei e não gostei da Malzbier e da Caracu, mesmo com ovo.
A Antártica me pareceu boa.
A Skol desceu redondo como uma Original.
Fiz o caminho de Petrópolis e da Bohemia.
Alcancei o Nirvana em Brahma.
Extra.
Ein prosit!
Ic!
Time que a bola esqueceu: Ceub de Brasília, 1973
Um pouco de História
Criado em 1968 por universitários do Centro de Ensino Unificado de Brasília, o CEUB foi a primeira equipe Brasiliense a disputar a divisão principal do campeonato nacional, em 1973. Entretanto, a vida da equipe foi curta. A primeira edição do Campeonato Brasiliense, em 1976, marcou também o fim do CEUB. O time ganhou os dois primeiros turnos. Liderava o terceiro e último quando a federação local virou a mesa, determinando que fosse disputado um quadrangular para apontar o campeão e representante do Distrito Federal no Brasileirão. A diretoria do CEUB não aceitou. Irritado com a posição do CEUB, Heleno Nunes, Presidente da antiga CBD (hoje CBF), determinou que o Distrito Federal não teria representante no Brasileirão. A manobra antecipou o fim do clube, que também tinha problemas financeiros. Hoje, tudo que restou do CEUB foram troféus e recortes de jornais guardados no escritório de Adílson Peres, advogado, que foi o presidente do CEUB naquela época. "Sinto saudade daquele time", afirma. (Fonte:http://www.timesdelbrasil.com.br/DF/ceub-df.htm
2 comentários:
Valdir,
abobrinhas no café da manhã também nos inspiram! Tenhas um bom dia, cervejista juramentado!
Saulo Adami
Direto da Estância São Francisco de Assis
Valdir
Deu vontade de tomar uma cerveja...depois de tantas propagandas. Mas o rotulo da cevejaria Appel é demais, já tenho aqui guardado em meus arquivos.
Sobre o CEUB - realmente já fazia um bom tempo que não ouvia flar sobre este clube. É uma pena que tenha acontecido, mas se não fosse tu blog e este teu belo trabalho, não saberiamos.
Um abraço
Adalberto Day cientista social e pesquisador em Blumenau
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