O folclórico Ramón Dinamite (2)
Por Lenivaldo Aragão 

A maneira bastante estranha de Severino Ramos Florêncio dirigir os jogos, na época mereceu o protesto dos colegas que, reunidos, decidiram pedir sua eliminação da Liga Campinense de Desportos, na qual Severino ingressou, depois de surgir no futebol de salão, hoje futsal.

Só que o movimento não surtiu efeito, pois além de contar com o apoio da crônica esportiva de Campina Grande, Severino, popularmente conhecido como Ramón Dinamite, justamente por causa de seus gestos espalhafatosos, tinha também a simpatia do chefe dos árbitros, que não via qualquer transgressão às leis da FIFA, nem mesmo na bata por ele usada.

            “Procuro divertir o público, principalmente quando o espetáculo está ruim, mas não desobedeço às regras”, justificava-se o divertido juiz.

            Ramón Dinamite tinha atitudes as mais estapafúrdias para diferentes situações. Ele já terminou um jogo ajoelhado, ou sentado no centro do campo, inúmeras vezes, dando uma série de dez apitos.

            Às vezes mudava o estilo. Corria para o lado da arquibancada, e era ali que lançava o gesto característico dando a partida por encerrada, em vez de se dirigir ao centro do gramado.

            Certa vez, ainda no futebol de salão, ele dirigia uma partida das Olimpíadas Militares. O apito final foi antecedido de um salto. Ramón Dinamite pulou para as arquibancadas e encerrou o jogo nos braços das autoridades. E nem por isso deixou de ser aplaudido.