Nosso rádio

Por Valdir Appel

Brusque é pródiga na produção de grandes radialistas esportivos.

Celso Teixeira e Joel Geraldo Vale, deixaram muita saudade entre os velhos ouvintes e o Waldemar José Duarte-popularmente conhecido como J. Duarte- ainda está entre nós. Espirituoso, costuma lembrar passagens pitorescas, ali na praça central, de um tempo dantanho.

Até hoje, as rádios Cidade, Araguaia e Diplomata atraem a atenção dos ouvintes AM, não só daqueles que estão em casa, coladinhos no pé da caixa. No estádio, as cabines de rádio, abertas, permitem aos torcedores, ouvirem as narrações entusiasmadas do Rodrigo Santos, do Dirlei Silva e do Hamilton, da nova safra de radialistas, dignos herdeiros daquela geração consagrada.

J. Duarte, nas suas transmissões destacava o Estádio Augusto Bauer, do Carlos Renaux, como: o Gigantinho da Avenida. Exagero, perdoado pelos apaixonados seguidores do tricolor brusquense.

Certa feita, J. Duarte dava seu costumeiro show. O vozeirão ecoava nas arquibancadas, quando repentinamente o som sumiu, emudecendo rádio e radialista.

Após alguns intermináveis minutos fora do ar, J. Duarte pediu desculpas aos ouvintes de Brusque e cidades vizinhas. Justificou-se dizendo que a falha ocorreu por que:

-Um espírito de porco cortou o nosso fio!

O placar eletrônico

Chico Imhof, que tem uma memória fantástica lembra também do moderno placar, construído nos anos 50, localizado em frente às cabines de rádio do Augusto Bauer.

Está lá ainda hoje.

A moderna e consistente obra de engenharia é uma armação de madeira, erguida acima do alambrado, para facilitar a visibilidade dos torcedores presentes.

A cada tento marcado pelas equipes, o placar é  instantaneamente alterado, mas ninguém entende como isso ocorre, já que a pessoa que fica postada atrás da armação de madeira, aparentemente, não tem visão do campo.

Escrito a partir das memórias do Francisco Daniel Imhof.

Foto: Érico Zendrom