Por Leví Lafetá
Escritor Valdir Appel
Todos os dias abrimos a mídia e nos deparamos com histórias tristes de ex-jogadores de futebol. Pela nossa longa experiência dentro do futebol, passei a ser testemunha de sucesso de ex-jogadores. Neste espaço, quero dar um depoimento que servirá para outros jogadores que estão em atividade e outros que deixaram o futebol e abraçaram o vício. O meu personagem neste momento é o meu amigo/irmão e ex-jogador de futebol Valdir Appel. Um catarinense, com os seus 18 anos de idade, chegou ao Rio de Janeiro para jogar futebol. A sua personalidade forte e por saber o que queria encarou o Vasco da Gama como se estivesse em Brusque-SC, sua cidade natal, jogando uma daquelas peladinhas de final de ano. E qual foi a minha surpresa e alegria ao ser convidado por aquele menino alto e franzino para ser o seu procurador. "Olha,Dr. Levi, eu não quero tratar de contrato com o Vasco da Gama". Foi assim que começou uma grande amizade e iniciei a uma das minhas profissões de assessor de profissionais da bola! Durante muitos anos fomos parceiros na luta por bons contratos no Vasco da Gama e Volta Redonda. Com o sucesso do Valdir, outros jogadores foram se aproximando do meu escritório no centro do Rio de Janeiro.
Mas, o Valdir Appel , se destacava dos demais jogadores por ser uma pessoa que gostava muito da leitura. A maioria dos jogadores, principalmente quando estão concentrados, preferem jogar baralho e sinuca. Não que o Valdir não gostasse,mas a maior parte do tempo era lendo grandes autores.
Os anos passaram! Valdir passou a jogar por clubes fora do Rio de Janeiro ,mas a nossa amizade foi mantida através de cartas e telefonemas. Não época não existia a "santa" internet e nem celular. Eis mais uma razão da valorização de uma amizade.Afinal, já decorreram mais de 40 anos. Isso mesmo, amigo Chico (seu apelido) estamos passando dos quarenta anos de uma amizade sadia.
Nas minhas andanças pelo mundo, fui morar em Florianópolis. Que cidade maravilhosa!!! Quando o meu amigo Valdir soube foi como se tivesse defendido mais um penalti cobrado pelo Zico.E a recíproca foi mais do que verdadeira. Fui ao seu encontro e entre um papo e outro falando sobre futebol eu lhe disse que gostaria de vê-lo como escritor. Ele deu uma forte gargalhada.E perguntou: " Como ser escritor?" Eu,apenas, lembrei que dentro de sua mente estavam armazenadas grandes histórias dos bastidores do futebol que só teriam um peso maior se contadas por um ex-jogador de futebol. Insisti e ele disse que ia pensar. Meses depois, marcou um almoço em Floripa.Na hora da sobremesa ao invés de doce me entregou um envelope.Abri e vi que era o seu primeiro livro : " Na boca do gol". A minha emoção foi tamanha que bati com mão no copo com refrigerante e molhou o original do livro. Li e reli.Dei nota dez. É isso mesmo vamos ao lançamento.
Decorridos alguns meses, recebi um exemplar na minha residência na cidade do Porto-Portugal. Em seguida, o nosso escritor criou o seu blog (http://valdirappel.blogspot.com/) onde nos delicia com histórias e mais histórias do futebol. De volta ao Brasil, entro em contato com o Valdir que me convida para mais um lançamento : " O goleiro acorrentado". E como novidade, quem adquire o exemplar ganha de brinde um livrinho direcionado às crianças lhes ensinando o caminho do bem.
E no segundo lançamento, a maioria dos seus companheiros de clubes e grande parte da imprensa estavam presentes para testemunhar mais um sucesso de um ex-jogador de futebol que procura ocupar o seu tempo valorizando a vida e não procurando justificar que a vida se encerrou ao ouvir o apito do árbitro no jogo de despedida.
Um comentário:
Grande Lévi
Em seu texto relata tudo sobre este grande Valdir Appel o nosso Chiquinho. Eu só posso me orgulhar pois estive presente no dia dos aut. do seu primeiro livro.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau
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