quinta-feira, 29 de maio de 2008

BECO, 30


Após ser eliminado do Campeonato Brasileiro de 1976, o Volta Redonda foi convidado e participou do Torneio José Américo de Almeida Filho, a popular Copa Nordeste. Seria a única equipe do sudeste a integrar uma competição que reunia América, ABC; 13 e Botafogo da Paraíba, CSA, Ipiranga, Fluminense, Vitória, Sport, Sergipe e Confiança. A delegação do Voltaço circulou 30 dias entre as capitais e cidades do interior nordestino, num vai-e-vem cansativo entre João Pessoa, Natal, Campina Grande, Maceió, Aracaju, Recife e Salvador. Hotéis sofríveis, ônibus desconfortáveis, contusões e expulsões foram dizimando as forças do pequeno grupo liderado pelo técnico Nelsinho. Contra o Vitória, em Salvador, penúltimo jogo da tabela, perdeu por 3 a 1. O goleiro Jorge Vitório, que viajava como diretor de futebol, teve que se fardar como atacante para compor o banco de reservas.
O último compromisso, que seria em Feira de Santana contra o Fluminense local, foi cancelado porque não despertava mais interesse e não alterava o resultado da competição. O Vitória foi o campeão, derrotando nas finais o Botafogo e o América de Natal.
Antes do nosso embarque, no Galeão, Rio de Janeiro, fui procurado por um jovem amigo, meu procurador e advogado, que havia acabado de lançar mais um livro (de ficção). Entregou-me uma caixa com vários exemplares e fez um pedido especial para que eu divulgasse o livro nas cidades por onde jogaríamos. A idéia simples e original era a de fazê-lo chegar às mãos de pessoas influentes e conseqüentemente promover a sua procura nas livrarias. Já no primeiro jogo, em João Pessoa, comprei os principais jornais da cidade, O Norte e A União. Selecionei os colunistas dos cadernos culturais, enviei um livro autografado pelo autor para cada um, acompanhado de um bilhete solicitando a estes jornalistas a leitura e possíveis comentários sobre a obra nos futuros matutinos, para conhecimento dos seus leitores. Esta atividade preencheu meu tempo na concentração: ler jornais, selecionar colunistas e encaminhar livros em todas as cidades onde o Volta Redonda se apresentava. Até hoje, não sei se o escritor Leví Lafetá teve algum retorno daquela sui-generis forma de promover o lançamento do seu Beco, 30.


Foto 1 - Capa do livro Beco, 30
Foto 2 - Leví presenteia Dé do Vasco da Gama
Foto 3 - Jogo Sport e Voltaço na Ilha do Retiro. Diário de Pernambuco, 3 dez 76

4 comentários:

Anônimo disse...

Saudações irmão !

Valdir, seu email foi uma verdadeira volta ao passado.

Voce esta de parabéns pelas historias e pelas narrativas ricas em detalhes e informações.

É muito legal rever em fotos atletas que tivemos o prazer em conhece -los e que na verdade já estavam esquecidos em
nossa mente.

Eu nunca me esqueci do conselho que vc um dia me deu em Goiania que foi de não ficar de frente para a linha de fundo
por causa dos refletores do Serra que batiam de frente em nossas vistas e todo estadio que eu ia aquecer meus goleiros,
quando isto acontecia eu me lembrava de vc e de seu conselho ao passar para os meus pupilos.

PARABÉNS mais uma vez e obrigado por eu fazer parte deste seleto grupo de amigos que tem o prazer de receber suas publicações.

Muitas saudades deste seu irmão, amigo e admirador.


Barbirotto e familia

Anônimo disse...

É Sempre gostoso ler tuas histórias Valdir, é uma verdadeira viagem, ainda mais quando se fala em Abc e America times do nosso Rn, um abraços e ler teu blog, é como fazer Xixi, todo dia...

Adalberto Day disse...

Meu amigo Valdir – Nosso eterno Chiquinho
Muito boa como sempre sua postagem, mas o que eu mais gostei, foi ver o Aranha o “Dé” com a camisa do meu Vasco.
Um abraço e parabéns.
Adalberto Day de Blumenau

Anônimo disse...

Cara,

O seu blog está ótimo, muito bom! Parabéns!

Abraço.

Valdivino