segunda-feira, 30 de junho de 2008

O GOLEIRO EXPIATÓRIO
Por ROBERTO VIEIRA http://oblogdoroberto.zip.net/
Tudo muda no futebol brasileiro, menos o culpado.
Se, nas antigas histórias policiais o mordomo sempre era o criminoso, no futebol brasileiro a vítima é o goleiro.
Não que alguns goleiros não tenham culpa no cartório. Mas onde estavam os outros dez jogadores que não conseguiam fazer um gol?
O técnico Mano Menezes ao terminar a final da Copa do Brasil na Ilha do Retiro, deu uma de Sherlock: "Elementar, minha cara Fiel!"
E lá se foi o goleiro pro banco dos réus.
Barbosa iniciou a sina em 1950.
Felipe do Corinthians a repete 58 anos depois. No meio do caminho Gilmar foi para a reserva do próprio Corinthians em 1951. Cometeu sete crimes no mesmo jogo contra a Portuguesa. Dez anos depois foi mandado embora de vez por Wadi Helu. Por causa do sobrenome foi jogar no Santos.
Em 1966 foi a vez de Manga. Crucificado pelos lusos em campo e pelos brasileiros na côrte.
O Santa Cruz perdeu. Exilem Raul Marcel.
Ronaldo fez gol. Adeus, Buttice!
Valdir Appel* num momento de infelicidade marcou um gol contra seu time, o Vasco da Gama. Geladeira.
Outro Valdir, o Peres, tomou um peru contra a URSS em 1982. Criminoso de guerra, perseguido pelo CCC. Esquecidos dos milagres contra os alemães um ano antes.
(Embora justiça seja feita, em 1982 Cerezo dividiu o banco dos réus com Valdir Peres)
Carlos conseguiu ser o culpado mais inocente da história. A torcida dizia que ele até que era inocente, mas tinha o azar de estar no lugar errado na hora errada no pênalti contra a França em 1986.
Em 1990 teve até quem reclamasse de por Taffarel não ter quebrado Cannigia contra a Argentina.
Como toda regra, a do mordomo também tem exceção. E ela se chama Emerson Leão. Leão que em 1973 falhou contra a Itália em Roma. Mas que voltou como se nada tivesse acontecido ao gol da seleção na Copa de 1974. E nada tinha acontecido mesmo, foi apenas um acidente de trabalho contra o italiano Riva.
Felipe é apenas mais um em uma lista infindável de julgamentos e condenações.
Tem derrota, puna-se o goleiro!
O Brasil é a terra do goleiro expiatório!
* O texto é em homenagem ao grande goleiro e escritor Valdir Appel.
Publicado 24/06/2008

3 comentários:

Anônimo disse...

Valdir,
Goleiro é como o cavalo de Átila,o rei dos hunos, onde ele pisa nem grama nasce.rssrsrsrssss
Abração.
Antonio Estevan Neiva
Saudações vascaínas.

Anônimo disse...

Esse Roberto Vieira é o cobra. Carlos Simas.

Anônimo disse...

Grande Roberto Vieira
Vida de Goleiro é assim mesmo. Aconteceram muitos casos. O Leão citado, foi uma desgraça no meu Vasco também, foi para la em 1978 e roubou a vaga do grande Mazaropi que depois veio a ser um dos maiores goleiros da história do Grêmio...uma injustiça que fizeram com ele...já era coisa desse tal de Euvirús...que até que enfim foi deletado do meu vascão. É chiquinho ser goleiro vai da fama ao inferno.
Adalberto Day de Blumenau