quinta-feira, 26 de julho de 2012

Causos

Causos
Por Valdir Appel

A tática
O técnico gaúcho do Internacional de Santa Maria, o popular Índio, costumava dar entrevistas, enfatizando que a sua tática era sempre jogar um futebol ofensivo.
Não importava a superioridade do adversário.
Mas, ver-se-ia depois, contra os adversários considerados grandes, sua tática era outra.
No estádio do Inter, o banco de reservas ficava à frente da arquibancada, que só existia numa das laterais do campo.
O banco tinha uma cobertura de concreto, uma verdadeira casamata, que impedia aos torcedores verem os jogadores sentados no seu interior, e o próprio treinador.
Quando a defesa do seu time tinha a posse de bola, Índio saía do banco e postava-se à beira do gramado, gesticulando em direção ao ataque, empurrando o time pra frente.
A torcida aplaudia. Os comentários eram animadores:
“O homem é fera, mesmo”! O cara conhece! Eita gaúcho corajoso!”
Após o ato teatral para o publico, à beira do campo, Índio escondia-se no abrigo.
E longe dos olhos da torcida, assoviava para despertar a atenção dos seus comandados.
Suas mãos agitadas mostravam o sentido contrário elogiado pela torcida.
De forma insistente, mandava o time recuar.
Mostrando como queria o time.
Bem recuado, bem defensivo.
Loco! Mas não Abreu.

O escrivão.
Recentemente a Portuguesa de Desportos contratou um novo goleiro. Campeão do interior pelo Botafogo de Ribeirão, o jovem jogador de apenas 22 anos, chamou a atenção pelo nome, um tanto quanto inusitado:
Weverton.
Perguntaram ao rapaz  a origem do nome.
Explicou que era a junção de dois nomes da família.
Dizem, as más línguas, que o goleiro dirigiu-se ao cartório da cidade para tirar uma copia da certidão de nascimento.
-Seu nome, por favor. Perguntou o escriba.
-We-ver-ton. Respondeu o goleiro.
-O senhor é gago? Perguntou o escrivão.
-Não senhor, gago é o meu pai.

Um comentário:

Adalberto Day disse...

Boa Valdir
Mais um belo Causo de nosso Futebol.
Sabes é um delicia, saborear seus contos, crônicas, já faz parte do meu dia a dia, e com muito orgulho ter o Chico como amigo.
Abraços
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau