A trama
Por Valdir Appel
Em 1974, eu recendi contrato com o Ceub de Brasília e
embarquei para o Rio de Janeiro, onde mantinha um apartamento.
Curti alguns dias de folga.
Muita praia, cinema e ensaios das principais escolas de
samba.
Descompromissado com a vida de jogador profissional de
futebol.
Mas tudo que é bom dura pouco.
Sexta-feira.
Um telefonema interrompe minha ida ao Maracanãzinho, para
assistir o Holiday-on-Ice.
Joilson Santana, diretor do Alecrim de Natal, liga me
convidando para jogar no seu time.
Indicação do técnico Zezé Moreira, segundo
ele.
Recebi o potiguar no meu apartamento.
Um aperto de mão selou o rápido acerto de contrato.
Segunda embarquei para o nordeste.
Terça, já treinava no meu novo clube.
Domingo fiz minha estréia em Mossoró contra o Potiguar e
vencemos por 1 a 0.
Naquela época, o telex era o veiculo de comunicação utilizado
entre a CBD (hoje CBF), os clubes e as federações.
Portanto, minha transferência do Ceub para o Alecrim, foi um
recorde surpreendente.
Joilson fez o pedido numa segunda feira. Na sexta o telex da
CBD dando condições de jogo, já estava na mesa do presidente da Federação
Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF).
Um mês depois, e após algumas partidas, a Federação Norte-
Rio -Grandense recebeu um telegrama da CBD, comunicando que a minha
transferência do Ceub para o Alecrim estava autorizada.
Causando espanto nos meios esportivos potiguares.
Estariam os homens da CBF enlouquecendo? Afinal, estavam
repetindo o mesmo telegrama.
Coisas de funcionário despreparado?
Mistério.
Enfim, deixaram pra lá.
Quando a noticia chegou ao conhecimento do Alecrim, Joilson
deu um indisfarçável e maroto sorriso.
Joilson, que mantinha um bom transito nos redutos da CBD,
tinha também um ótimo contato lá dentro.
Contato capaz de enviar um telegrama para o RN em nome da Confederação
Brasileira de Futebol.
Um comentário:
Beleza Valdir
Mais uma de suas façanhas pelo nosso futebol bretão
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau
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