domingo, 22 de julho de 2012

Vascaínas

O futebol de bom humor, nas crônicas de um goleiro 
Por Valdir Appel
No dentista
Os jogadores vascaínos foram surpreendidos, com a notícia de que todos deveriam dirigir-se ao departamento médico do clube, antes da realização do treinamento matutino.
A revisão dentária periódica, medida tomada para evitar os terríveis focos dentários, era obrigatória.
Uma fila formou-se em frente ao consultório do nosso dentista, o doutor Lakir Aguiar.
Enquanto Brito era atendido, Russo e Hézio aguardavam a vez.
Entre os dois, o meia Barbosinha.
O papo de espera fluía tranquilo e animado entre eles.
Barbosinha sentiu vontade de ir ao banheiro e falou para os colegas guardarem o seu lugar.
Como garantia, tirou a dentadura superior e colocou-a no chão, para marcar território, sob os olhares perplexos dos colegas.

O gol contra
No dia 19 de novembro de 1969, havia nos vestiários do Maracanã um certo desconforto.
A expectativa para o inicio do jogo era intensa.
Os jogadores, solidários ao goleiro Andrada, fizeram um pacto, para evitar a todo custo que Pelé fizesse o seu milésimo gol, naquela quarta-feira.
O Vasco vencia, 1 a 0.
Andrada fazia grandes defesas e a retaguarda se esforçava para evitar o inevitável.
Edu fez grande jogada pela esquerda do ataque santista e cruzou na medida pro Pelé.
O zagueiro Renê, subiu no ultimo andar e antecipou-se ao “Rei”.
Meteu lá na gaveta, empatando a partida.
O portenho Andrada que já havia sofrido outros gols contra do seu zagueiro lastimou:
“Pô, Renê! Outra vez?”
“Uai, gringo? Não combinamos impedir que o Pelé fizesse gol?” Deu de ombros, o conformado  Renê.

Um comentário:

Adalberto Day disse...

Valdir
O Renê era um figuraço...jogador que dava pernada por todos os lados.
Eu recordo desse episódio em que ele prefere fazer gol contra, que deixar o Pelé fazer o gol..mas depois inventaram um pênalti Mandrake e 10000 Pelé...já estava tudo combinado e tramado, só o Andrada ficou puto, pois começou a ser conhecido como arqueiro do Rei. Conversando com ele aí em Brusque no lançamento do Livro na Boca do Gol, ele disse que ficou chateado nos primeiros anos, mas depois assimilou e acha importante
Abraços
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumena