“El milagrero”
Por Victor Kingma
Partida memorável da liga Mantiqueirense, no interior de Minas. O time local, o Catauá, após vários anos de espera, e mesmo com time modesto, estava na final. Para tanto, o Coronel Sá Fuentes, o lendário presidente do clube, teve que trazer de fora, e a peso de ouro, o técnico paraguaio Horácio Miranda, “El Milagrero” , como era conhecido, devido ao fato de reverter resultados impossíveis após suas preleções no intervalo dos jogos. Entretanto, naquela decisão nem santo parecia dar jeito: o Catauá, mesmo jogando em casa, em Mantiqueira, e precisando apenas do empate, jogava com apatia e já no primeiro tempo perdia por 3 x 0.
Portas fechadas no vestiário, “El Milagrero” reúne os jogadores e tenta motivá-los para a reação impossível.
Passados os 15 minutos do intervalo, o time volta para o segundo tempo com uma modificação ousada: o esforçado centroavante Dinho no lugar de Duda, o astro do time, que tivera atuação apagada.
E “El Milagrero” parecia que ia operar mais um de seus milagres: o time voltou voando após as suas “instruções”. O substituto Dinho, então, apronta uma correria infernal. Com 20 minutos já tinha feito dois gols. A torcida se empolga. O empate era questão de tempo...
De repente, Dinho recebe uma bola em completo impedimento; o bandeirinha acena e o juiz apita a banheira...
Mas o avante não pára. Avança com a bola, chuta para o gol e sai vibrando como um louco, comemorando o gol que seria do título. Alucinado, pula o alambrado e vai festejar com a torcida, apinhada nos morros em volta do Estádio Mantiqueirão...
Somente ao virar-se para o campo, Dinho, ainda muito agitado, notou que o gol tinha sido anulado. Por ter saído de campo para comemorar, o avante foi expulso e uma grande confusão se formou. O Catauá, jogando o restante do jogo com dez jogadores, acabaria perdendo a partida e o titulo.
Na segunda feira vazaria a notícia esclarecedora e o por que do milagre não ter sido completo: “El Milagrero” cometeu dois equívocos que foram fatais: excedeu-se na dose do chá “batizado” servido ao atacante, e, pior ainda, esqueceu-se de lembrá-lo do aparelho auditivo que sempre usava nos jogos. Aliás, aparelho que lhe rendera o nome, que era uma derivação do apelido: SurDINHO...
Victor kingma – www.causosdabola.com.br
7 comentários:
Valdir
El milagrero, um excelente tema. Sempre vai existir esse personagem em todos os setores da sociedade. Prabéns pelo artigo ou conto.
Adalberto Day de Blumenau
Beto,
O mérito é do Victor. Grande contador mineiro de causos.
Abraço.
Valdir:
Kingma, como sempre, muito bom! Tão bom que a gente fica pensando que o que ele conta é verdade, aconteceu mesmo...
Um abraço nos dois, aliás nos três. Para você, nele e no Surdinho...
Lucídio
Lucidio,
A gente tem onde buscar inspiração, né mestre?
Se esse causo e' verdadeiro, nao sei, mas e' muito engracado. Agora, se virar de 3x0 para 4x3 conta como milagre, entao o verdadeiro "El milagrero" so' pode ser o Joel Santana - e' claro que estou falando da final da Copa Mercosul de 2000. Se bem que com o timaco que o Vasco tinha, nao precisava de milagre. Quero ver o nosso Joel fazer milagre na Copa do ano que vem dirigindo a Africa do Sul.
Mauro,
Pior é que não vejo nenhuma notícia circulando sobre o Joel.
Será que ele está na moita?
Abraço.
Valeu Valdir, nao tem como, teu blog é como se fose uma necessidade fisiologica aqui na net, valeu! Genildo Oliveira-Mossoró Rn
Obrigado irmão mossoroense Genildo.
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