segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nascimento, Palmi, Lourenço e Valdir
O Suborno
A Anapolina jogaria suas últimas esperanças de classificação à fase final do campeonato goiano, em seu estádio, domingo contra o Goiânia, e só uma vitória interessava. No centro do gramado, técnico, diretor e o massagista do clube, antes do coletivo apronto, conversaram sobre a possibilidade de dar uma forcinha extra para garantir o resultado.
O massagista Xebréo dizia que era amigo do goleiro do Goiânia e afirmava que, por uma certa quantia em dinheiro, ajeitaria as coisas para que nada desse errado.
Viajou então até Goiânia, levando o que seria um adiantamento em dinheiro e retornou confirmando o acerto com o goleiro Nascimento. O restante deveria ser entregue por ele, segunda-feira à noite, no Hotel Central de Anápolis.
Xebréo explicou, também, que um sinal de positivo havia sido convencionado entre os dois, concretizando o acerto.
Domingo à tarde, as equipes entraram em campo. O massagista postado à beira do gramado, chamou o goleiro que liderava o seu time.
“E aí, Nascimento? Tudo bem?”.
O goleiro se voltou e fez sinal de positivo com o dedão.
Na tribuna, um dirigente olhou pro outro, e disse:
“Está tudo acertado!”.
A Anapolina realmente venceu a partida, jogando com sobras, por 1 a 0. Só não marcou mais porque o goleiro Nascimento pegou tudo, sendo eleito o melhor jogador em campo, o que levou os diretores a desconfiarem do acerto. Mesmo assim, entregaram o restante do dinheiro ao massagista, conforme havia sido combinado.
Terça-feira, um diretor foi ao hotel e perguntou ao gerente se o Nascimento estivera lá, na noite anterior. O gerente confirmou. O diretor insistiu:
“Aquele cara alto e loiro?”.
Nova afirmativa.
Mandaram o massagista procurar emprego em outra cidade. Ele esquecera de dizer ao gerente do hotel que o Nascimento era negro. O loiro em questão era eu, que estava no banco de reservas.(Anápolis, 1979)

2 comentários:

Adalberto Day disse...

É Valdir esses acertos para ganhar ou entregar jogo...é coisa antiga. Em qual setor de atividades que não existe corrupção. Eu destesto esse tipo de coisas...eu vi algumas até aqui em nosso Amazonas. Diretores levam toalhas para dar para Juiz, ou goleiros...imagina clubes maiores.
Um abraços Adalberto Day de Blumenau

Anônimo disse...

Fala maxo véio isso é que é suborno!!!!!!! Genildo Oliveira