quinta-feira, 22 de março de 2012

O ÚLTIMO GOL DE PLACA DO REI PELÉ

O primeiro mês de março na carreira de Pelé foi magro. Apenas dois gols, em 14 jogos. Mas o futuro “Rei do Futebol”, com 16 anos,  ainda não era titular no time do Santos. O ídolo e dono da sua posição era Vasconcelos. Quando nada, deu pra o garoto mostrar o seu taco, em Santos 1 x 1 Guarani de Bagé-RS  (24.03.1957) e em Santos 4 x 1 Combinado Juventude/Flamengo, de Caxias do Sul (31.03.1957).
  Em março de 1958, Pelé já era uma realidade. Por defender o Combinado Vasco/Santos, em junho de 1957, e impressionar o técnico da Seleção Brasileira, Sílvio Pirilo, ganhou a sua primeria convocação canarnha, em setembro, para chegar a março de 58 e marcar quatro gols “marcelinos”. Com um detalhe: pela quarta vez, fazia quatro em um só jogo: em Santos 5 x 3 América-RJ (26.02.1958). Antes, com 16 anos, assombrara, com esta mesma  marca, em Santos 7 x 2 Seleção de Lavras-MG (09.06.1957); Santos 8 x 1 Guarani de Campinas (15.08.1957); Santos 7 x 1 Nacional-SP (11.09.1957) e em Santos 6 x 2 Portuguesa Santista (01.12.1957). Além das glórias citadas acima, no março daquele ano, a três meses de se tornar “Senhor do Mundo da Bola”, Pelé sofreu a sua primeria derrota para a sua maior vítima, o Corinthians, em Santos 1 x 2 (27.03.1958).
Em março de 1959, Pelé só fez gols “marcianitos” pela Seleção Brasileira: seis, enfrentando Peru, Chile, Bolívia, Uruguai e Paraguai. Em 1960, excursionando pelas Américas, baixou a bola: 2 tentos, em seis jogos “marcianos”. E o incrível aconteceu, no março de 1961. Em Santos 5 x 1 Vasco (02.03), ele não compareceu à rede. Inacreditável! Então, Fluminense e Flamengo “pagaram o pato”, com dois dele, em Santos 3 x 1 Flu (05.03) e três em Santos 7 x 1 Fla (11.03).  Em 1962, Pelé jogou só uma vez em março (18.03), em Santos 5 x 3 Palmeiras, marcando duas vezes. 
Em março de 1963, marcou tantos gols “marciotas”quanto o número de sua jaqueta: 10 era a amisa dele! Nos 6 x 2 sobre o São Paulo (07.03), fez três. No março 1964, entrou em grave de gol: um, em cinco jogos; em 1965, no mesmo período, duas bolas nas redes em outros cinco partidas; em 1966, repeteco na conta: dois gols em dois duelos. E, em 1967, mais dois, em seis jogos. Portanto, 37 gols em 58 jogos no mês de março, em dez anos de carreira.
Aí, você chuta: pra que eu quero saber do que Pelé fez, ou deixou de fazer, no mês de março, quando era atleta. Eu nem torço para o Santos! Muito bem! Não me dê cartão vermelho, pois vou revelar-lhe algo que passou despercebido pelos historiadores do futebol brasileiro. Em um mês de março, exatamente, na data de hoje, e aqui em Brasília, o “Rei” marcou o seu últmo gol de placa. Rolou na noite de 20 de março de 1974, em Ceub 1 x 3 Santos, pelo então Campeoanto Nacional, quando o estádio do Plano Piloto – havia, ainda, o Pelezão – era chamado de Governador Hélio Prates da Silveira.
Aos 31 minutos dos egundo tempo, Pelé apanhou a bola na intermediária do seu campo, ultrapassou a linha divisória do gramado e, passando por quem pintou na parada, ficou olhos-nos-olhos com o goleiro Valdir Appel, para, com um toque mágico, “aninhar a maricota lá onde a coruja dorme”, como diriam os locutores daquela época. Toda as torcida brasiliense ficou de pé, para aplaudí-lo.
O meio-campista ceubense Renê, que tentava combater o “Rei” (foto) diz, hoje, que quem viu aquela pintura deveria agradecer ao técnico Cláudio Garcia, por ter declarado em um programa de TV que “Pelé estava velho e não lhe preocupava”.
Quanto a mim, que estava presente, como torcedor, cometi um delito penal naquela noite. Com ingresso comprado, não consegui entrar no estádio, pelas vias legais, tal era loucura do público e a desorganização das portarias e bilheterias. Tive que pular o muro. Contei isso ao “Camisa 10”, quando veio a Brasília lançar o filme “Pelé Eterno”. De quebra, me pediu uma placa pelo gol. Nunca pensei em ficar devendo ao “Rei”. (foto reproduzida da revista brasiliense "Gol, aleria de um povo"  Nº 1, de 7 de setembro de 1980, página 15). Agradecimento ao Editor Chefe, Jorge Martins, e ao Renê, que cedeu a publicaçãopara uso do "Kike da Bola").  

http://kikedabola.blogspot.com.br/ 
terça-feira, 20 de março de 2012

Um comentário:

Adalberto Day disse...

Valdir
Falar do maior jogador da história de todos os tempos sempre é importante.
Começou marcando poucos gols o nosso Pelé, mas já chamava atenção... e depois todos habitantes da terra já sabem como foi.
O Vasconcelos a quem Pelé substituiu, eu o conheci jogando pelo XV de Outubro de Indaial e depois como técnico. Bom disso que ele vestiu a camisa do Vasco em três jogos, marcando va´rios gols, isso inclui nos 1000 que ele fez.
Entre tantos craques Pelé é o maior, só os argentinos que acham que Maradona foi melhor que Pelé, pelo amor de DEUS aqui no Brasil tem mais uns 20 melhor que Maradona, e na Argentina na minha opinião, Jento, Puskas, Ardiles e Mario Kemps foram melhor que Maradona.
E olha seguramente este Messi, será o melhor jogador de todos os tempos da Argentina. Jogador simples, não fala besteira como o Maradona...é carque.
Então Valdir Você tomou o último gol de Pelé no Brasil?
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau